quinta-feira, 3 de novembro de 2011

(Reportagem) Os “Incentivos” que geram volume de negócios

(Reportagem) Os “Incentivos” que geram volume de negócios
Para lá do lazer, a vertente de incentivos é das que mais contribui para o volume de negócios das empresas turísticas ao longo do país. Dos DMC’s, às empresas de animação, passando por hotéis e restaurantes, muitas outras rentabilizam os seus serviços a oferecerem momentos diferentes a PME’s ou a multinacionais. O que pretendem as empresas que investem neste sector? Que visão tem quem as aconselha e as apoia? Foram algumas das perguntas que Ambitur tentou obter resposta.
A Ambitur contactou várias empresas que recorrem regularmente às actividades de incentivo e ‘team bulding’, com o objectivo de divulgarem os seus critérios na preparação de iniciativas desta tipologia. Com uma vasta diversidade territorial, Portugal oferece uma multiplicidade de escolhas, que ainda apresentam alguns pormenores por aperfeiçoar. Vários aspectos são considerados pelas empresas na realização destas acções, desde a localização, preço, condições das infra-estruturas e logística, história e cultura envolvidas, proximidade com a Natureza, diferenciação e leque de ofertas de actividades.
Espaços diferenciadores
Qualidade, preço e exclusividade são os principais critérios de selecção apontados por Francisco Castro, director-geral da Fresenius Kabi Pharma Portugal, empresa farmacêutica.
Para o responsável, os serviços do hotel na área de apoio às convenções ou “a melhor qualidade/design possível a um preço razoável” nas acções de management são requisitos básicos, assim como a qualidade de serviço dos alojamentos em si.
Segundo Sandra Reis, directora de recursos humanos da Mars Portugal, é importante “que o espaço seleccionado tenha bastante impacto nos associados. Se for um espaço com cor, luz, arquitectura moderna e com óptimo serviço influenciará de forma positiva todo o evento”.
A RE/MAX, que promove regularmente iniciativas de incentivo ou ‘team building’, procura “algo que possa agradar a todos”. Contudo, “esta é a maior dificuldade, porque estamos a falar de um universo de três mil pessoas, de diferentes idades, estilos de vida, hobbies, gostos, cidades”, explica Beatriz Rubio, CEO da empresa de mediação imobiliária.
É neste sentido, que Fátima Luz, directora geral do Vila Galé Clube de Campo, em Beja, defende que as empresas procuram, sobretudo, “um espaço que não fique muito distante e que seja diferenciador, tenha algo diferente para oferecer”.
A responsável do Vila Galé Clube de Campo acrescenta ainda que “o alojamento deve ser próximo do local das acções de teambuilding para ser de fácil acesso à área onde se desenvolvem as actividades”.
Nas acções da Siemens existe uma característica defendida na realização destas: a sustentabilidade. Joana Garoupa, directora de comunicação da empresa, esclarece que “o respeito pelos princípios da sustentabilidade subjaz a todas as actividades da empresa, sejam de negócio ou de cariz social, e como tal, o alojamento ou a escolha de destinos respeitam esta postura”.
Porém, a responsável da Mars Portugal alerta que, apesar de nascerem cada vez mais “empresas com preocupações ambientais, (…) este factor diferenciador representa ainda um custo muito elevado, acolhendo apenas pessoas da classe média alta”.
No que ao preço diz respeito, Rui Piçarra, Partner da Odisseias, empresa que se posiciona no mercado de turismo e lazer no segmento das experiências, descreve que “o valor que as empresas despendem para esta iniciativa está, na maioria dos casos, de acordo com a dimensão da empresa e com o objectivo de determinada acção, podemos dizer que para uma maioria o preço não influencia a escolha, isto porque o valor e impacto que a iniciativa terá no grupo participante, é deveras valorizado”.
Opinião partilhada pelo responsável da Sportnatura, empresa de actividades de animação turística e desporto sediada no Caramulo. Jaime Ferreira justifica que o factor preço “acaba por ser uma condição decisiva”, devido à actual conjuntura, mas “felizmente, sentimos que os nossos clientes procuram as nossas actividades também por outros factores”.
Experiências culturais
Luís Roberto, director de Comunicação e Relações Institucionais da BP Portugal, as acções de ‘team building’ e incentivos promovidas pela empresa pretendem “permitir aos nossos colaboradores viver experiências de vida diferentes do habitual, descobrindo locais que noutras circunstâncias talvez não pudessem conhecer”.
É neste sentido, que a BP Portugal procura “lugares que tenham ligação com a história do país e que permitam, simultaneamente, o contacto com a Natureza, dois aspectos que por norma não estão presentes no quotidiano laboral dos nossos colaboradores”.
Também a Mars Portugal pretende acções ligadas à Natureza que “sejam amigas do ambiente, que envolvam alguma actividade física e que principalmente promovam o espírito de união e de equipa entre os associados”, indica Sandra Reis.
Estas afirmações constatam a avaliação da responsável do Vila Galé Clube de Campo, que sustenta que “o contacto com a Natureza é cada vez mais valorizado assim como o contacto com as tradições e com o ambiente rural”.

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